terça-feira, 15 de novembro de 2011

Em tempos de crise em quem confiar...

Há uma história que queria contar…
Não é fruto da minha imaginação, mas é a confirmação daquilo que o sábio dizia, “não há de novo de baixo do sol…”
Permitam-me o paralelismo temporal e deixem-me contextualizar-vos diante do tempo vivido por este nosso anfitrião.
Um homem chamado Elias viveu numa determinada fase da sua vida, uma crise que era geral, na sociedade onde estava inserido. A falta de água produziu uma quebra económica arrasadora, uma vez que a base da economia girava em torno da agricultura.
Elias escolheu confiar nas palavras que Deus tinha falado, de uma forma muito directa, a ele, saindo da condição em que estava e confiando na boa vontade de uma pobre viúva, e quando falo pobre é no sentido literal da palavra, que no fundo representava o cuidado de Deus.
Deixem-me transcrever as palavras da viúva, após o pedido de Elias:
Mas ela respondeu: “Juro pelo nome do Senhor, o teu Deus, que não tenho nenhum pedaço de pão; só um punhado de farinha num jarro e um pouco de azeite numa botija. Estou colhendo uns dois gravetos para levar para casa e preparar uma refeição para mim e para o meu filho, para que a comamos e depois morramos.
Como fica a confiança de um homem que é guiado, por Deus, para um lugar, com a promessa de sustento e escuta uma resposta desta???
Eu certamente teria gesticulado, resmungado, duvidado, insultado Deus até a quinta geração… Mas Elias não, outrora sustentado por corvos, atribuía-se a ele a culpa da crise, furo de uma oração feita por si, no sentido de deixar de chover… Ele seria o causador da crise, que ao contrário dos nossos políticos, ele estava a sofrer a consequência directa desse zelo que mantinha por Deus.
Agrada-me a resposta de Elias, passo a citar:
Elias, porém, lhe disse: Não tenha medo. Vá para casa e faça o que disse. Mas primeiro faça um pequeno bolo com o que você tem e traga para mim, e depois faça algo para você e para o seu filho.
Pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: “A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra”.
Momentos de crise podem ser encarados através de duas perspectivas, uma pessimista e outra de confiança.
Quando temos em quem confiar, as circunstâncias deixam de ser importantes e a convicção toma o lugar de estrutura que nos dá uma estabilidade diferente…
Em quem confias tu?
Nos Governos, na tua força, na economia?
Dá que pensar… 


Se quiseres ler a completa carrega aqui ou então poderás fazê-lo na Biíblia em 1 Reis 17

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Naturalmente pecadores...

Somos seres naturalmente pecadores! Ninguém o pode negar. Uma apetência terrível para fazer o que está errado, como se do fruto mais apetecível se tratasse...
Podemos observar isso nas crianças, nos adolescentes, no adultos e até nos mais idosos...
Mas o que fazer para alterar o curso natural da vida? 
No meio de tanta filosofia, tanta religião, tantas profecias e tanto misticismo, como podemos perceber o que é realmente certo ou errado? E como passar valores ou princípios no meio de tantas escassez... 
Como enquadrar as palavras de Jesus no meio de toda esta religião fictícia e que tão pouco tem da sua essência... 
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. 
Mateus 11:28-30
Como podemos encontrar descanso diante de tantas restrições, tanto "cuidado pastoral" que com o objectivo de livrar as pessoas do pecado, acaba colocando um jugo, completamente, diferente daquele pelo qual Jesus morreu...
Nos vários processos de vida, relatados na bíblia, encontramos pessoas que resolveram fazer sem orientação, outros com convicção, uns apenas por fé, outros com uma grande fézada em si mesmo, outros ainda que morreram na esperança e os que morreram na certeza...
Mas o que eu posso fazer de diferente que ainda não foi feito? Que exemplo devo eu tirar da vida de Jesus?
A minha ilação consiste no amor...
Quando fazemos as coisas no amor a lei deixa de ser lei, não faço mais porque sou obrigado, mas porque me sujeito espontaneamente e isso marca a diferença.
Jesus não se sujeitou ao jugo que o esperava por obrigação, o fez por amor... E quando em amor o fazemos não criamos suspeitas desnecessárias, não existem segundas intenções por reclamar, nas entrelinhas fica a essência de Cristo e as pessoas percebem que há um outro caminho a percorrer, diferente da molhada...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Medley's urbanos, ou Bluff's Ocasionais...

Nos tempos que decorrem, vivemos uma mistura cultural única... Graças a esse "Medley" a gastronomia tem outros sabores, a musica recebe outras influencias tomando novas formas envolventes, a arte é pintada com ferrugem, enfim, uma era única nunca antes atingida. 
O que trás de bom toda essa associação de valores ás nossas vidas também podes ser uma ratoeira para aquelas cabecinhas mais desatentas... 
Muitos de nós somos levados pelas ondas do presente, sem, na maioria das vezes, nos aperceber em que sentido caminhamos. Acabamos por praticar o politicamente correcto, sem saber, se o que fazemos, é realmente o que queremos e gostamos de fazer...
Nossos sentimentos são confrontados com promessas utópicas de bem estar, nossas caixas de e-mail estão saturadas de propostas fictícias e facilidades, como atalho, para atingirmos o sonho mais egoísta do ser humano, independência...
O sentido natural de tudo o que nos rodeia, gira em torno da dependência. O dia depende da noite, o frio do calor, as moléculas dos átomos, e vemos essa dependência ampliada em todas as reacções químicas, na flora, na fauna, nos astros, na ciência... 
E porquê essa independência como sonho egoísta? 
Independência é vista como liberdade para fazer o que se quer, sem ter ninguém a quem prestar contas, ninguém a quem pedir... 
Ao atingir tal independência, o indivíduo é livre para comprar o que entender, fazer o que achar melhor, acreditar no que mais lhe convém, todas aquelas coisas que fazemos...
Mas é mesmo isso, que no intimo desejamos? 
Sou independente quando escolho enganar alguém que eu amo, porque outro alguém, no momento, pareceu ser mais promissor; quando aceito fazer algo, que supostamente ultrapassa a minha autoridade, como forma de benéfico próprio; quando escolho colocar a minha carreira como prioridade, abdicando do demais...
Mas é mesmo isso que desejo?
Quando a noite chega e vejo a casa vazia, como resultado da minha independência, quando a única companhia que tenho é um Cd de musica clássica, que insiste em gritar o quão independentemente sozinho estou, quando a velhice trás a necessidade de um sorriso estranho e umas palavras roubadas a primeira pessoas que encontro na paragem do Bus...
Que Bluff este que foi a vida, por trás de um sorriso fingido, confirmo que está tudo bem, num cumprimento casual...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Jesus o Filho de Deus, ou um Louco...

Ao ver uma entrevista de Bono Vox, fiquei perplexo pela simplicidade das suas palavras, transcrevendo, aquele, que muitos dos nós, acreditam ser o Filho de Deus...
Deixando as ideologias a parte, ou até mesmo a forma, como alguns de nós tem experienciado o sem amor, e a mudança que isso provoca nas nossas vidas, voltando ao âmago da questão, Bono retrata Jesus como o Filho de Deus ou um lunático, porque classifica-lo, apenas, como um homem bom não funcionava...

É uma escolha difícil que temos entre mãos! Um Homem simples, nascido numa extrema pobreza, que cresceu, soube ocupar o seu espaço, aguardou que todas as leis naturais operassem no seu corpo, ao seu redor, iniciando aquilo que seria o seu propósito, após atingir sua maturidade perante as regras da sociedade em questão, avançando para uma morte, classificada como, barbara, sempre com a mesma convicção, afirmando, quase sempre sem palavras, que era aquele que havia sido anunciado, sendo Deus encarnado em homem. Um Deus que amou o mundo loucamente, que se tentou explicar, sendo um de nós... 

Lógico que nossa imaginação corrompida, carnal, fruto de todas as comcupicências, será sempre mais fácil classifica-lo como um louco. Porque é mais vantajoso ter um Deus tirano e culpa-lo de todos os nossos erros, ou até mesmo um Deus a nossa semelhança, que se aproveita dos nossos erros para beneficio próprio e ai pagamos uma promessa, damos um dizimo, rezamos umas mezinhas e temos o nosso lugar no céu garantido...
Agora quando entendemos que o coração desse Deus que, muitos de nós o chamamos nosso, sendo dono de tudo, de tudo se desfez, podendo viver na riqueza, escolheu a simplicidade, podendo viver na aristocracia, escolheu viver perto dos indesejados, ficamos incomodados porque fomos formatados com ideologias de que tudo é pecado e nada se pode ter. 
A verdade é que só atingimos o ponto do "nirvana", quando quebramos todos os sofismos e nos predispomos a dar lugar ao espírito ao mesmo nível que damos lugar a carne...
Loucura para muitos, oportunidade de vida para outros, a vida é mesmo assim... 
Bono afirma que o que lhe incomoda, algumas vezes, são os cristãos, e não Jesus...
Como eu te entendo Bono, porque nos ditos cristão vejo muito pouco de Cristo, mas no Bono sinto um suave perfume que me encoraja a ser diferente...
Dá mesmo que pensar...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Um susto de morte...

A morte ainda nos assusta!
A verdade é que qualquer filosofia de vida nos dá uma perspectiva própria acerca do conceito de morte. Para uns uma passagem, para outros uma nova reencarnação, há os que recebem virgens, mas em suma todos acreditam que há mais após o corpo tombar.
Imortalidade é um conceito que, desde os primórdios da humanidade, é desejado e em nome dela cometem-se as maiores loucuras, criam-se as maiores lendas, seitas se levantam, mas no final tudo parece utópico, um conto de encantar.
Livros são escritos sobre o tema, debates são feitos constantemente, nova teorias revogam as ideologias antigas num ciclo vicioso, que teima em não ter fim.
Pergunto-me então o porque de toda esta ansiedade diante do tema que se chama morte? Porque essa necessidade de querer viver, mesmo diante de uma vida tão triste, tão sem cor, tão superficial, sem objectivos, com tanta dor? 
Lá no fundo acreditamos que o dia de amanha sempre será melhor e vivemos nessa perspectiva continua.
Se pensamos isso em vida então enquadrar essa perspectiva no conceito da morte é ouro sobre azul.
Mas porque este desejo em nós de viver eternamente? Será que é algo dentro de nós que nos leva a ter tal desejo? Será que fomos criados nesse sentido?
De facto dentro de cada um de nós existe essa condição, não fomos feitos para morrer!
Segundo a Biblia a ideia original de Deus era vivermos eternamente, ao seu lado, mas tudo isso foi alterado no dia, em que as escolhas do homem foram fora daquilo que Deus tinha planeado para nós.
O mundo em que nós vivemos é feito com regras, com leis. Por exemplo existe a lei da gravidade que na terra tem uma determinada influencia sobre um objecto, mas na lua essa mesma força é 6 vezes inferior. Outro caso engraçado é a lei do tempo. Mas o objectivo não é falar das leis mas sim daquilo que foi instituído no principio de tudo e o poder, dessas mesmas leis, nas nossas vidas nos dias em que vivemos.
Vamos então a palavra:
E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Génesis 2.16,17
Deus criou as condições necessarias para vivermos em tranquilidade com ele, mas deixou uma das muitas leis necessárias para o funcionamento normal da vida, mas que o homem escolheu não obedecer.
Imaginem que ignoro a lei da gravidade e salto de uma montanha com 500 metros de altura (sem asa delta)? Sim tenho grandes, senão todas, probabilidades de morrer e que culpa teve Deus da minha eloquência? 
Ao ler as ultimas palavras de David Wilkerson entendo a confiança dele no Deus que tem tentado, desde o minuto seguinte, que o homem decidiu desobedecer a uma regra básica, acabar com esse flagelo, criado pela nossa desobediência.
Isso aconteceu no dia em que o próprio Deus, tomou a forma humana, na figura de Jesus Cristo e, com o seu sangue, conquistou esse direito de vida eterna, que outrora teríamos, mas perdemos fruto das nossas escolhas.
** Nota **
David Wilkerson é o fundador do Teen Challenge (Desafio Jovem), fundador da Times Square Church e escritor do Livro The Cross and the Switchblade (A cruz e o punhal).
Este é o nosso Deus!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quando o senso comum não basta...

Hoje quero aprofundar uma das mais confrontantes histórias da biblia, no que toca a minha pessoa, a aquilo que sou.

Vou pintar o quadro desta forma, um dia corriqueiro no mar da Galileia (tambem conhecido como lago de Genesaré), poderia ser de manhã, uma vez que a história narra que os pescadores estavam em terra, aportados, e limpavam as redes. Nada de novo ou até mesmo fora do vulgar, a mesma rotina, as mesmas preocupações, a mesma escassez de alimentos, vividas no século primeiro.

No meio de tanta azafama surge uma multidão. Faminta de algo novo, cansada do legalismo e da religião penosa, impossível até de ser vivida, a não ser por aqueles que dela se governam, apertam um jovem carpinteiro, bebendo dele as palavras da vida.
Reza então a história que esse carpinteiro, cujo nome é Jesus, fugindo um pouco de toda aquela claustrofóbica situação, repara em dois barcos, no meio de tantos outros, e entra num deles, pedindo ao seu proprietário a amabilidade de se afastar um pouco da margem no sentido de poder falar a multidão...

Vou usar outro pincel para poder desenhar o homem vulgar que amavelmente atendeu ao pedido de Jesus, seu nome era Simão, alguém que anteriormente vira sua sogra curada por este mesmo Jesus e que hoje, acredito que como prova de gratidão e alguma empatia, obedecia ao pedido de Jesus.

Um pedido simples. Apenas uns metros, nada mais.
Voltando a história após algumas palavras de confronto e conforto Jesus deixa de visar a multidão e seu interesse volta para o coração de um homem. Alguém esquecido, com pouco conhecimento, pouco formoso até, mas com uma grande necessidade...
Nessa hora as palavras de Jesus desafiam toda a experiência de vida de um pescador, pedindo-lhe para se dirigir para um local mais profundo, longe de toda aquela confusão, onde apenas quem importava era Simão. Longe da segurança da razão e até mesmo da lógica, onde confiança ganharia um novo significado, uma nova cor, uma nova convicção...
Jesus pede a Simão para ir para aguas mais profundas e lançar novamente as redes...

Mas num misto de sentimentos, Simão resolve fazer a vontade de Jesus.
Fantásticas as palavras dele, passo a citar:
"Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas sobre a tua palavra, lançarei a rede." Lucas 5.5


Imagino o pensamento de Simão, pensamento este baseado no meu eu, sendo esta a minha vez de ser empático com Simão, identificando-me com essa situação, esse pedido, pensado quando sou confrontado a fazer de tudo aquilo que sempre fiz, que é habitual, lógico, mas de uma forma diferente, transformando toda a minha experiência em nada, em algo novo. Para mim seria desconfortante, medonho até, seria verdadeiramente afastar-me da costa e rumar a aguas mais profundas.

Jesus, não se pesca assim, o meu avô ensinou ao meu pai e este, por sua vez, ensinou-me a mim, o único de nós dois que é pescador (o cara), que aqui, no mar da Galileia, pesca-se durante a noite e não durante o dia, sempre foi assim, sempre será!!! É assim que tenho sustentado a minha casa, que todos os dias tenho levado o meu sustento, excepto hoje...
Mas quando Simão baseou a sua acção na palavra de Jesus, palavra essa criadora de todas as coisas, deu a oportunidade, a si mesmo, de experimentar um milagre.
Naquele momento tudo caiu por terra, tudo deixou de ter o peso que sempre teve, toda a razão e lógica foram vergadas diante do poder da criação.
Ao ponto de que quando voltou para terra Simão deixou o barco, os peixes, os costumes e seguiu Jesus.
Afinal quem criou a lógica deste mundo, quem deu sentido à razão?
Então, esse mesmo, não terá poder para alterar a lógica e modificar toda a razão?

Mediante tal situação o homem verdadeira mente conheceu que nem sempre tudo aquilo que conhecemos, que temos como adquirido é verdadeiramente inabalável.

A Bíblia conta muitos mais encontros como este, corriqueiros, vulgares, sem nenhum alarido, nem fogo de artificio, muito menos neons brilhantes ou focos de luz apontados para o céu, que transformaram a vida de homens vulgares como eu e tu.
Eles aconteceram no passado, acontecem hoje, aqui, ali, acolá e vão marcando verdadeiramente quem os experencia, de uma forma profunda e interior.
Nenhum de nós sabe todas as coisas, nem detém a verdade absoluta, mas há coisas que, independentemente de acreditarmos nelas ou não, não vão deixar de existir nem ser verdade.
Lucas 5.1-11
Este é o nosso Deus!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Imagem e semelhança...

Nestes dias reparei em algo que chamou a minha atenção e as palavras de alguém, que nem sei o nome para poder frisar, tocaram no fundo do meu coração, não que as palavras fossem desse alguém, mas Deus usou esse alguém para tocar no meu coração. 


Porque Deus é assim mesmo, Ele utiliza situações vulgares para revelar a sua grandeza, gerando o auxilio no momento crucial, sem muitas aparições, sem muito espectáculo...

"E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (...) E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto." Génesis 1.26-31
Segundo a Bíblia, o homem foi criado por Deus no sexto dia, já no final de toda a sua criação, segundo o relato, a primazia da obra criada pelas sua palavras.
Ele poderia ter criado o homem no primeiro dia ou, até mesmos, no segundo dia, mas a verdade é que o homem foi criado no fim de tudo, onde tudo já estava feito...
Questiono-me porque? Afinal se Deus queria se relacionar com o Homem e este foi criado para governar sobre tudo, porque não envolve-lo na criação?
O que sinto no meu coração é o reflexo da vida de Cristo, o mistério do Deus que serve aos que ama e os convida para o seu descanso. Este é o Deus que me tem sido revelado, no tempo que passo na sua intimidade. Um Deus que de religião tem pouco, onde o legalismo e a falta de liberdade não fazem parte da sua personalidade. O Deus que se dá, que convida para o descanso. Que maior expressão de amor há que esta?
Imaginem que um amigo constrói uma quinta...
O meu pensamento carnal seria convidar os meus amigos para se envolverem no trabalho de limpeza do lugar, na construção do edifício, da piscina e no final desfrutar do sol, do almoço e do convívio...

Mas como o pensamento de Deus não é humano, Ele convida o homem para com Ele descansar...

"E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito." Génesis 2.2
Acredito que no final desta mensagem o que Deus queria que ficasse gravado no meu coração, com todas estas palavras sublimes, era o sentido de descanso que Ele tem preparado para mim e para todos nós.
Jesus, incompreendido muitas vezes, dizia: "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." Mateus 11.29,30
Como é que alguém diferente de Deus poderia conhecer a essência de Deus se não fosse o próprio.
Como alguém poderia proferir tais palavras, referir o mesmo descanso, que foi oferecido inicialmente se não fosse o próprio... Ou não fossem as palavras inicias de Jeová: "(...) Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança." Génesis 1.26
Que mais posso eu dizer...
Este é o nosso Deus!

domingo, 27 de março de 2011

Escravo com estatuto de amigo...

Tudo o que eu queria era ser chamado teu amigo...


É difícil hoje encontrar uma definição para Ser amigo, pois amizade só se justifica quando há interesse.
Procurei em vários dicionários da língua portuguesa o seu sentido e não encontrei definição como a bíblica em João 15.13 Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
Ser amigo é dar, mas dar o mais importante a vida.
Paulo no seu dilema expressa o desejo, verdadeiro, do seu coração, sem saber o que escolher entre a morte para estar com Cristo ou continuar a dar vida, vida dolorosa, para seus amigos.
Mas a verdade é que no meio Cristão  (seja ele o católico apostólico romano, ou o evangélico, o ortodoxo, ou qualquer outra interpretação, denominação ou o que quer que seja) é mais fácil ser aceite como amigo do que como servo, ou no seu mais correcto sentido, escravo...
Não consigo parar de pensar nas palavras de Jesus...
João envolve de pólvora cada palavra de Jesus, como o objectivo de que o Espírito Santo, rebente com nossos corações... 
Transcrevo
"Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno.
Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido."
Evangelho de João 15.14,15
A verdade é que ultimamente tenho dado tudo como adquirido e quando acontece uma catástrofe, similar ao terramoto seguido de maremoto que aconteceu no Japão, na minha vida, não abala o eixo da terra, mas altera todo o decorrer da minha existência...
Alguns amigos próximos sabem que estou a viver um momento difícil, no qual a palavra confiança tem sido um baluarte, confiança essa que vem sido alcançada num relacionamento directo com esta explosão provocadas pelas palavras de Jesus na minha vida.

Agradeço ao Adriano Carvalho, porque repetidamente me ensinou que Não também é resposta de Deus.

E ser amigo é estar presente, cuidar, amar e ser amado, mas esse estereotipo já todos nós conhecemos, mas tenho percebido na minha vida que existe uma enorme diferença entre o saber e o viver, entre o conhecimento e a pratica de vida.
Mas e o significado de escravo, será que conseguimos, verdadeiramente, saber o seu significado?!?
Quantos de nós já fomos escravos?
Quantos amigos temos que são escravos?
Quantos conhecemos alguém que já foi escravo?
Vou mais longe ainda, quantos de nós se relacionariam com escravos...
Escravo é alguém que deixou de ter direitos em sua vida!
Escravo era aquele individuo dos filmes, os negros e ou endividados nos tempos dos romanos...
Eu tenho muito de escravo na minha vida! Uma divida que nenhum dinheiro do mundo paga, não tenho nada e por consequência não tenho direito a nada, pois no decorrer da minha vida os meus deveres, muitas vezes foram trocados por uma quarta de heroína, logo a lógica diz-me que não tenho direitos e a razão cicatriza essa falta de deveres em mim...
O que posso fazer então, logicamente falando, para me sentir bem comigo mesmo e minimizar os estragos produzidos no percurso desta loucura que alguns chamam de "minha vida"?!?
Dar! porque dar é o estilo de vida que dá cor ao Cristianismo, seja a um amigo ou não, a mensagem da cruz pintou no mundo a dádiva de Deus para com os homens, vivida na pele de Jesus.
Este sou realmente Eu...
E este é o nosso Deus!

terça-feira, 22 de março de 2011

O tempo...

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares ...

É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos...
Fernando Pessoa
Fantástica a perspectiva do Fernando Pessoa em relação ao tempo na nossa vida, a forma como encaramos o novo, a mudança e o que fazemos diante dela...De a um tempo para cá percebi que o tempo que iria viver, aqui no Brasil, iria mudar algumas coisas na minha vida. Espera que algumas áreas fossem abaladas mas até agora nada aconteceu...Pergunto-me o que aconteceu ao Deus das surpresas, aos tempos de ênfase espiritual, ao novo ao surpreendente e descubro que nada aconteceu, tudo está igual, agora o tempo esse já não é o mesmo, este é o tempo que se chama hoje, e com frio ou sol, em Lisboa ou no Rio, este é o tempo de fazer o que ainda não foi feito, como diz o grande compositor, Pedro Abrunhosa...bíblia conta uma historia interessante acerca do tempo:Eclesiastes 3Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.O tempo pode ser visto como um desespero, quando não passa, pode ser visto ainda como um alivio, um factor, uma lembrança, uma oportunidade...Não queria acabar sem as palavras de um grande dramaturgo...
Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças!
As pirâmides que novamente construíste
Não me parecem novas, nem estranhas;
Apenas as mesmas com novas vestimentas.
... O tempo é algo que não volta atrás.
Por isso plante seu jardim e decore sua alma,
Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores ...
William Shakespeare
Deus vos abençoe...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Acreditando que estou, certamente, errado...

Cheguei ao Brasil, o país onde tudo é certamente possível e aceitável...
É impossível não repara nas enormes discrepâncias que existem na "cidade maravilhosa".
Mas algo despertou a minha curiosidade e não consegui acreditar na grandeza da desorganização que move este pais. Mas uma desorganização ordenada e funcional.
Tudo é uma questão de perspectiva, essa é a maior verdade.
Esta manha na televisão, ouvi as palavras de um sábio Guru, Prem Rawat, e alarguei os meus horizontes pouco mais nessa mesma perspectiva, passo a explicar... Ele falava acerca do nosso interior e de como os nosso desejos são implantados em nós, não sendo realmente o nosso desejo, mas sim o desejo de alguém. Afinal o que é que o ser humano procura neste mundo?!? O que é que EU procuro neste mundo.
Amor...
Segurança...
Qualidade de vida..
Ordem...
Paz...
A verdade é que hoje existem inúmeros doutorados, mestrados, licenciados, técnicos como nunca houve e qual é a diferença da satisfação humana, da minha insatisfação?
Existem médicos como nunca houve, mas cada dia há mais e piores doenças...
O que adianta o homem conquistar tudo ao seu redor e continuar com o desejo de conquistar algo mais, mesmo fisicamente não havendo esse algo...
Certamente o desejo de um homem de 35 anos muda, quando perde um filho com 5 anos, sua crença ou oração deixa de ser no sentido de trabalhar para ter um bom carro, um casa com condições e passa a ser no sentido de conseguir viver com tal fatalidade. Uma mulher com 25 anos, formada em Harvard que ambicionava crescer em uma empresa famosa, fazer carreira e ser rica, deixa de ter essa ambição no dia que é informada, pelo seu oncologista, que o seu tumor é maligno e está em fase terminal, restando-lhe apenas 6 meses de vida. Seu desejo passa a ser a cura da doença ou a que o sofrimento não seja tão doloroso.
Tudo isso reflecte, realmente, o nosso desejo. Aquilo que move o nosso ser, o que acreditamos o que desejamos realmente. Tenho pena é que por (muitas) vezes seja necessário acontecer algumas catástrofes, em nossa vida para conseguirmos valorizar realmente os nosso desejos e prioridades...
A perspectivas mudam quando somos confrontados com as verdadeiras realidades, as nossas realidades.
Do que me vale os milagres que aconteceram desde o Egipto até a terra prometida, se eu não tiver acesso a alguns deles na minha vida? O que adianta haver um Deus pai, que se quer relacionar comigo se eu não tiver acesso a Ele?!? O que adianta seu filho Jesus, ter morrido por mim, para me salvar se eu não tiver acesso a sua salvação...
Tudo o que acontece na vida dos outros é bom para os outros e pode até alegrar a minha vida, ou se eu for Sábio ensinar-me algo mais, mas na necessidade, na aflição o que vai falar mais alto é a minha experiência, aquilo que eu já vivi e, realmente, não aquilo que aconteceu na vida dos outros, sejam eles quem forem, mas sim aquilo que experiênciei, ...
Um amigo, um exemplo, um líder disse-me um dia que na vida podemos ser 3 tipos de pessoas, Burros, Inteligentes e Sábios. (Acredito que no processo que se chama vida, passamos repetidamente por estes estágios, sendo que o nosso nirvana deveria ser o ser Sábio)
Dizia então o Nelson Rato que Burro sou quando não aprendo como os meus erros, Inteligente sou quando aprendo com os meus próprios erros, e Sábio sou quando aprendo com os erros dos outros.
Porque é que penso sempre que o resultado das minhas escolhas vão ser diferentes das escolhas dos outros... Mas isto é realmente outra pregação...
Finalizando, a minha perspectiva é a minha perspectiva... O que eu acho que está bem para mim é resultado de toda a minha financia, da influencia de outros. Mas muitas vezes não é o mais correcto, mas é o que eu estou habituado...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Confiança Cega...

Queria registar algumas palavras que Deus usou para, através da obra do Brennan Manning, confrontar a minha vida, não é algo meu, mas é algo com que me identifico.
Esta semana tem sido uma loucura, sentia que algumas coisas iriam mudar, mas não pensei que fossem assim tão repentinamente e ai foi confrontado a por a minha confiança, em Deus, em prática.

Confiança cega em Deus, segundo o que vejo na vida de muitos homens transcritos na Bíblia, é adquirida através de muitas provações, que inicialmente tomam a forma de dificuldades, obstáculos intransponíveis, levando-me a acreditar que é o fim! Mas quando as miro com os olhos da confiança descubro quem Deus é de verdade e o quanto eu dependo Dele.

"Um Deus eminentemente confiável (...) espera de nós uma confiança incondicional."
Só que a verdade é que eu nunca tive de subir, verdadeiramente, ao monte Moriá, como Abraão. Nunca tive de atravessar Jaboque, como Jacob, nem ficar anos preso como José. Davi, por sua vez, foi um homem que viveu rodeado de esquemas (mas não esquema de vender pacotes, para matar o vicio como eu), de conspirações mas isso não o levou a desconfiar, muito pelo contrario, levou-o sim a conhecer o Deus que o chamou e o aceitou aproximando-o mais, tornando-o mais confiante no poder de Deus e mais consciente das suas limitações.
Quando algo acontece, sinto-me tentado a fugir da presença de Deus, a deixar de orar, de estar perto, de ouvir, e isso acontece porque realmente não confio que Ele é capaz de cuidar de mim, de tudo aquilo que habita a minha mente, da minha imagem infantil e insegura, dos meus sonhos bizarros ou das minhas ilusões de grandeza.
Mas, verdadeiramente, é essa a porta que ele quer ver aberta, é essa prova de confiança que Ele quer obter de mim e afastar-me de Jesus e tentar esconder todas essas muralhas, acaba por protelar essa verdadeira confiança.
Em Hebreus 4.13 diz que "todas as coisas estão descobertas e patentes aso olhos de Deus" e o capitulo 4 termina v.16 com a verdadeira prova de confiança, para mim, "afim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna."
Esta é a mina confiança, mas 
Este é o nosso Deus!!!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Combati o bom combate...guardei a fé!

Há palavras que foram criadas para provocarem os que as ouvem, a tomar uma acção, a escolherem um caminho a permanecerem.
Paulo, um homem vulgar, a quem Deus chamou para mostrar algumas coisas a vulgares e invulgares, a singulares e a plurais, a mim e a ti!
Esta semana tem sido uma semana de confronto e sinto que Deus começa a preparar mudanças. Não consigo ficar indiferente, sinto a minha vida fútil, perdida nos afazeres do quotidiano, perco tempo ao acaso e parece que não estou bem em lado nenhum...
Em conversa com alguém especial, comentou-se a diferença do espaço vivido naquele momento, uma perca, um ente querido, uma certeza.
Falava-se da diferença que é saber para onde se vai e da duvida do que se fez. Falava-se da perca de uma grande amigo, líder, pastor, exemplo Luís Cabaço e da paz sentida no seu adeus e com a falta de certezas de alguém.
Lembrei-me do versículo que diz: "O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria." Eclesiastes 7.4
Este versículo fez-me lembrar o quão rápido nós vivemos e passamos por aqui e ao olhar um corpo sem vida, dentro de mim sempre vinha a esperança de ver um mover de um respirar, um único e simples movimento que possibilitasse acabar com toda aquela dor. Mas ao perceber que se cumpriram os dias, que Deus nos deu, de viver ao lado daquela pessoas me alegro e choro pensado que mais poderia eu ter feito, até onde poderia ter andado, quantas capas ficaram guardadas que não foram oferecidas, nem pedidas, nem forçadas, nem tiradas...
Havia um versículo que dizia: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Ao rever as palavras de Paulo (2 Timóteo 4.1-8), sinto uma proximidade, um entendimento apenas digno de alguém que viveu neste século, ora confirme por si mesmo:
1 e 2- Politicamente correcto, fala apenas o que é oportuno senão incomodas algumas pessoas que não devemos incomodar.
3- Porque vivemos tempo que as pessoas não querem saber a verdade, apenas adaptam a verdade aos seus erros, ditos, naturais.
4- Vivendo fábulas e contos de encantar, procurando em drogas, carreiras, relacionamentos, etc... o completar dos seus seres vazios.
5- Mas tu, escolhe o teu caminho, não vás na maré, para e vê onde está a terra firme, para poderes tomar um sentido, fazer uma escolha, optar por uma direcção.
6 e 7- Porque eu já o fiz e sinto que o meu fim está perto mas uma certeza tenho, combati o bom combate, acabei o meu dever, mas mantive-me fiel!
8- O mesmo prémio que terei podes tu o receber, faz a tua parte, escolhe ser melhor.
Sinto que o meu combate agora começou, mas alegro-me com a subtileza das palavras magicas de um homem que no final da sua vida conseguiu fazer uma justa avaliação.
Alegro-me não pela auto-avaliação, mas pela graça aprovada e a oferta de Jesus e saber que um dia, ao lado do Luis, de Paulo e de tantos outros, juntos vamos dar gloria ao Rei que vem, espero ver-te lá.
Este é o nosso Deus!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sobrenatural...

Em Ti, perdido estou.
Já não sei quem sou, esqueço-me em ti. Um momento em tua presença vale mais que toda uma vida, uma vida, uma história, a minha historia, que insiste em apagar e reescrever, vezes sem conta, sem conta. Deixaste o Céu, rasgaste o véu, marcaste um ponto, transformaste em virgula e escrevestes, reescrevestes e continuas a escrever de uma forma sobrenatural, sem igual, marcando o teu cunho, o teu punho, lavando a poeira, limpando a cegueira, transformando, sustentando, acreditando, Onde morre a esperança, aí estás Tu, aí estás Tu. Para onde posso eu fugir da tua presença, do teu amor? Fitando o imaginável, nunca visto, com a certeza do dia a dia e do teu Espírito em mim.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Onde tudo começa, ou acaba...

Trabalho num lugar, propicio ao erro. No qual existem procedimentos para tudo, até mesmo para os procedimentos. Num local assim, é normal a essencia humana vir ao de cima, e o erro faz parte do quotidiano.
A questão que tenho colocado a mim mesmo não é o erro, mas sim a forma como lidamos com o erro, porque é precisamente aí, nesse ponto onde o homem revela-se.
Ninguém gosta de errar, mas pior que errar é ver o erro desmascarado, exposto. Aí é que nos revelamos realmente, saímos da mascara do superficial e mostramos quem somos, que se sente o nosso odor. Um amigo, grande amigo, conselheiro e pastor (quando me atende o telemóvel, claro e sim Zé Esteves estou a falar de ti) de vez enquando dizia, tira-me Deus e verás como cheiro realmente, não bem nestas palavras, mas com este sentido.
Quando somos expostos, somos capazes de inventar o ainda não inventado só para escondermos aquilo que somos de verdade. Nossas acções, nossos desejos, aquilo que só Deus conhece e fingimos que é segredo.
Minha querida irmã provocou um pequeno acidente, no qual 4 viaturas sofreram alguns danos, mas a primeira coisa que ela me disse após esse feito incrível, digno só para alguns, foi a culpa não foi minha...
Mas não é um mal apenas dela, a primeira coisa que faço quando sou confrontado é, mentalmente, arranjar uma desculpa para o meu erro. Após confrontado com o meu dever facilmente desisto dessas ideias controversas que destrocem o meu Eu renovado, mas nem sempre é fácil ouvir o Espírito dizer, não vás por aí...
Por vezes atravesso caminhos mais belos, aparentemente, que as paisagens da Nova Zelândia que aparecem no Senhor dos Anéis, tentando enganar-me do que é correcto fazer, por vezes percebo quão sombrios podem ser os pensamentos quando damos lagar a imaginação, mas o final aparenta ser sempre perfeito, até ser desmascarado.
A vida vai-nos ensinando algumas lições, que podemos aprender, ou aprender e digo isto, porque a circunferência é eterna, não tem fim. E a verdade é que enquanto não aprendemos a lidar com algumas coisas, somos continuamente confrontados com as mesmas situações, até aprendermos ou sermos corrompidos na totalidade.
Ao ler a fantástica obra de Brennan Mannig, Confiança Cega, encontro repostas para tamanha fragilidade nas nossas personalidades. Tem haver com a falta de confiança num Deus que só pensa em nós. Que quer estar perto, tão interiormente perto, que por vezes, até chateia.
Se ao menos tivéssemos a mesma confiança que Ele tem o melhor para nós como acreditamos que ele existe, talvez a vida fosse encarada, não à procura de direcção para cada passo que tomamos, mas com o objectivo de viver cada dia percebendo o seu cuidado.
Confiança é acreditar, segundo aquilo que tenho experienciado, que Deus tem o melhor para mim, ainda que isso vá para além das minhas expectativas, sabendo que tenho mais valor que muitos pardais... Lc 12.6-7
Este é o nosso Deus!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Junkie forever after, quero dizer Shrek...

E se um dia, alguém te fizesse um contracto de uma vida, no qual, durante um dia, poderias verte livre de toda a rotina, de todas as obrigações, de todo o peso do dia a dia? Será que aceitarias?!?

Ontem vi o filme Shrek forever after, em portugues, Shrek para sempre.
Fiquei espantado com a mensagem por trás do filme, achei fantástico. Revi-me inúmeras vezes de garrote no braço, à procura de uma veia, para com o bico da seringa, assinar tal contracto viciante.
Uma mensagem simples, mas poderosa. Fala do egoísmo do qual estamos infectados, que não fazia parte de nós até aquela conivência de Adão!
Todos somos assombrados com os mesmo desejos, pelos vistos não só os homens, mas os ogres também, não fossem eles fruto da nossa imaginação, que acaba sempre por revelar a nossa essência. Nuns revelam-se de uma forma mais visível, em outros de uma forma mais subliminar. Mas eles estão lá.
Ao rever-me naquele filme, vi o sofrimento que causei aqueles que estavam perto de mim, da dor infligida pelas letras assinadas em sucessivos contractos, impressos pelo sangue que saia das minhas veias.
Vi as voltas, desnecessárias, que a vida de outros deram por causa da minha falta de coragem para ser eu, mas onde estava nesse momento onde Fionas tiveram de se auto-libertar, burro sujeitaram-se a cantar para bruxas, gatos-das-botas perderam sua valentia e afrouxaram, só porque eu pensei mais em mim.
Egoísmo faz parte de nós, isso eu aceito, não posso aceitar que a manifestação desse egoísmo, altere o decorrer do normal da vida dos outros.
Voltar a trás e ser diferente do que era, não é um acto heróico da minha parte, apenas um remediar do cobarde que realmente sou.
Quando nas palavras de Pedro, sou confrontado com a realidade do que me espera, percebo quem sou, percebo o quão longe estou daquilo que Tu pensaste para mim... E com toda a liberdade que me dás, só tenho uma forma de te retribuir, tudo o que tens feito por mim, viver para aqueles que, realmente, hoje te precisam conhecer...
Espero que num futuro, não muito distante, o contracto que assine, a cada dia seja ser fiel a Ti, mais que qualquer outra coisa.

Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma; 
1 Pedro 2.11


Este é o nosso Deus!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ressacando o teu amor...

Tiago diz: "(..) tende motivo de toda a alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.(...) Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque depois de ter sido provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.
Tiago 1.2,3e12
Loucas estas palavras de Tiago, estar feliz quando a coisa continua má. Permitam-me a analogia, mas é como se o meu patrão me dissesse sorrindo, Estás despedido, mas alegra-te pois vivemos em tempos de crise!
É difícil nos alegrarmos quando não temos motivos, aparentes para o fazer.
Aí surge uma conversa, na qual um amigo do trabalho nos informa que viu um video, no abençoado You Tube, no qual um jovem não tinha braços, nem pernas e vivia uma vida alegre, e dizia esse meu grande amigo, acho que ele é Cristão... Já alguma vez levaram um soco na boca do estômago e ficaram com aquela sensação de querer vomitar? Foi assim que eu fiquei...
As palavras de Tiago ganham outro contorno quando percebemos que tudo pode acontecer nesta vida, sem que tenhamos controlo das coisas, é isso, a essa confusão de situações chamamos vida, que pode ser vivida com a vontade de correr e abraçar o próximo desafio, ou então ficarmos-nos de braços cruzados a ver a vida passar.
Os calos nas mão só aparecem depois dos trabalhos e acho que era isso que Tiago queria dizer.
Estamos juntos.
Este é o nosso Deus.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Eu não sei quem te perdeu...

Uma asa voa a cada beijo teu, esta noite sou dono do céu e eu não sei quem te perdeu...
Quando as palavras perdem-se no meio daquilo que sou, pedindo-me que leve os segredos, daquilo que realmente sou, denunciando tudo aquilo que gostaria de ter, mas realmente não tenho, não sou, ouço esta musica e lembro-me que foste tu! Foste tu que me ensinaste a amar, que deste cor ao cinzento da minha alma, e em passos repetidos me fizeste crer, acreditar que o eu só seria possível se houvesse um nós! Na escuridão da noite, no meio da solidão, deixei de acreditar, de ver, de sonhar...
Ouço de novo a musica que me ensinaste, que me ofereceste como prova desse amor.
e uma asa voa a cada beijo teu, esta noite sou dono do céu e eu não sei quem te perdeu...
não sei quem te perdeu...
fui eu...