segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Onde tudo começa, ou acaba...

Trabalho num lugar, propicio ao erro. No qual existem procedimentos para tudo, até mesmo para os procedimentos. Num local assim, é normal a essencia humana vir ao de cima, e o erro faz parte do quotidiano.
A questão que tenho colocado a mim mesmo não é o erro, mas sim a forma como lidamos com o erro, porque é precisamente aí, nesse ponto onde o homem revela-se.
Ninguém gosta de errar, mas pior que errar é ver o erro desmascarado, exposto. Aí é que nos revelamos realmente, saímos da mascara do superficial e mostramos quem somos, que se sente o nosso odor. Um amigo, grande amigo, conselheiro e pastor (quando me atende o telemóvel, claro e sim Zé Esteves estou a falar de ti) de vez enquando dizia, tira-me Deus e verás como cheiro realmente, não bem nestas palavras, mas com este sentido.
Quando somos expostos, somos capazes de inventar o ainda não inventado só para escondermos aquilo que somos de verdade. Nossas acções, nossos desejos, aquilo que só Deus conhece e fingimos que é segredo.
Minha querida irmã provocou um pequeno acidente, no qual 4 viaturas sofreram alguns danos, mas a primeira coisa que ela me disse após esse feito incrível, digno só para alguns, foi a culpa não foi minha...
Mas não é um mal apenas dela, a primeira coisa que faço quando sou confrontado é, mentalmente, arranjar uma desculpa para o meu erro. Após confrontado com o meu dever facilmente desisto dessas ideias controversas que destrocem o meu Eu renovado, mas nem sempre é fácil ouvir o Espírito dizer, não vás por aí...
Por vezes atravesso caminhos mais belos, aparentemente, que as paisagens da Nova Zelândia que aparecem no Senhor dos Anéis, tentando enganar-me do que é correcto fazer, por vezes percebo quão sombrios podem ser os pensamentos quando damos lagar a imaginação, mas o final aparenta ser sempre perfeito, até ser desmascarado.
A vida vai-nos ensinando algumas lições, que podemos aprender, ou aprender e digo isto, porque a circunferência é eterna, não tem fim. E a verdade é que enquanto não aprendemos a lidar com algumas coisas, somos continuamente confrontados com as mesmas situações, até aprendermos ou sermos corrompidos na totalidade.
Ao ler a fantástica obra de Brennan Mannig, Confiança Cega, encontro repostas para tamanha fragilidade nas nossas personalidades. Tem haver com a falta de confiança num Deus que só pensa em nós. Que quer estar perto, tão interiormente perto, que por vezes, até chateia.
Se ao menos tivéssemos a mesma confiança que Ele tem o melhor para nós como acreditamos que ele existe, talvez a vida fosse encarada, não à procura de direcção para cada passo que tomamos, mas com o objectivo de viver cada dia percebendo o seu cuidado.
Confiança é acreditar, segundo aquilo que tenho experienciado, que Deus tem o melhor para mim, ainda que isso vá para além das minhas expectativas, sabendo que tenho mais valor que muitos pardais... Lc 12.6-7
Este é o nosso Deus!

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