segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quando o senso comum não basta...

Hoje quero aprofundar uma das mais confrontantes histórias da biblia, no que toca a minha pessoa, a aquilo que sou.

Vou pintar o quadro desta forma, um dia corriqueiro no mar da Galileia (tambem conhecido como lago de Genesaré), poderia ser de manhã, uma vez que a história narra que os pescadores estavam em terra, aportados, e limpavam as redes. Nada de novo ou até mesmo fora do vulgar, a mesma rotina, as mesmas preocupações, a mesma escassez de alimentos, vividas no século primeiro.

No meio de tanta azafama surge uma multidão. Faminta de algo novo, cansada do legalismo e da religião penosa, impossível até de ser vivida, a não ser por aqueles que dela se governam, apertam um jovem carpinteiro, bebendo dele as palavras da vida.
Reza então a história que esse carpinteiro, cujo nome é Jesus, fugindo um pouco de toda aquela claustrofóbica situação, repara em dois barcos, no meio de tantos outros, e entra num deles, pedindo ao seu proprietário a amabilidade de se afastar um pouco da margem no sentido de poder falar a multidão...

Vou usar outro pincel para poder desenhar o homem vulgar que amavelmente atendeu ao pedido de Jesus, seu nome era Simão, alguém que anteriormente vira sua sogra curada por este mesmo Jesus e que hoje, acredito que como prova de gratidão e alguma empatia, obedecia ao pedido de Jesus.

Um pedido simples. Apenas uns metros, nada mais.
Voltando a história após algumas palavras de confronto e conforto Jesus deixa de visar a multidão e seu interesse volta para o coração de um homem. Alguém esquecido, com pouco conhecimento, pouco formoso até, mas com uma grande necessidade...
Nessa hora as palavras de Jesus desafiam toda a experiência de vida de um pescador, pedindo-lhe para se dirigir para um local mais profundo, longe de toda aquela confusão, onde apenas quem importava era Simão. Longe da segurança da razão e até mesmo da lógica, onde confiança ganharia um novo significado, uma nova cor, uma nova convicção...
Jesus pede a Simão para ir para aguas mais profundas e lançar novamente as redes...

Mas num misto de sentimentos, Simão resolve fazer a vontade de Jesus.
Fantásticas as palavras dele, passo a citar:
"Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas sobre a tua palavra, lançarei a rede." Lucas 5.5


Imagino o pensamento de Simão, pensamento este baseado no meu eu, sendo esta a minha vez de ser empático com Simão, identificando-me com essa situação, esse pedido, pensado quando sou confrontado a fazer de tudo aquilo que sempre fiz, que é habitual, lógico, mas de uma forma diferente, transformando toda a minha experiência em nada, em algo novo. Para mim seria desconfortante, medonho até, seria verdadeiramente afastar-me da costa e rumar a aguas mais profundas.

Jesus, não se pesca assim, o meu avô ensinou ao meu pai e este, por sua vez, ensinou-me a mim, o único de nós dois que é pescador (o cara), que aqui, no mar da Galileia, pesca-se durante a noite e não durante o dia, sempre foi assim, sempre será!!! É assim que tenho sustentado a minha casa, que todos os dias tenho levado o meu sustento, excepto hoje...
Mas quando Simão baseou a sua acção na palavra de Jesus, palavra essa criadora de todas as coisas, deu a oportunidade, a si mesmo, de experimentar um milagre.
Naquele momento tudo caiu por terra, tudo deixou de ter o peso que sempre teve, toda a razão e lógica foram vergadas diante do poder da criação.
Ao ponto de que quando voltou para terra Simão deixou o barco, os peixes, os costumes e seguiu Jesus.
Afinal quem criou a lógica deste mundo, quem deu sentido à razão?
Então, esse mesmo, não terá poder para alterar a lógica e modificar toda a razão?

Mediante tal situação o homem verdadeira mente conheceu que nem sempre tudo aquilo que conhecemos, que temos como adquirido é verdadeiramente inabalável.

A Bíblia conta muitos mais encontros como este, corriqueiros, vulgares, sem nenhum alarido, nem fogo de artificio, muito menos neons brilhantes ou focos de luz apontados para o céu, que transformaram a vida de homens vulgares como eu e tu.
Eles aconteceram no passado, acontecem hoje, aqui, ali, acolá e vão marcando verdadeiramente quem os experencia, de uma forma profunda e interior.
Nenhum de nós sabe todas as coisas, nem detém a verdade absoluta, mas há coisas que, independentemente de acreditarmos nelas ou não, não vão deixar de existir nem ser verdade.
Lucas 5.1-11
Este é o nosso Deus!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Imagem e semelhança...

Nestes dias reparei em algo que chamou a minha atenção e as palavras de alguém, que nem sei o nome para poder frisar, tocaram no fundo do meu coração, não que as palavras fossem desse alguém, mas Deus usou esse alguém para tocar no meu coração. 


Porque Deus é assim mesmo, Ele utiliza situações vulgares para revelar a sua grandeza, gerando o auxilio no momento crucial, sem muitas aparições, sem muito espectáculo...

"E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (...) E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto." Génesis 1.26-31
Segundo a Bíblia, o homem foi criado por Deus no sexto dia, já no final de toda a sua criação, segundo o relato, a primazia da obra criada pelas sua palavras.
Ele poderia ter criado o homem no primeiro dia ou, até mesmos, no segundo dia, mas a verdade é que o homem foi criado no fim de tudo, onde tudo já estava feito...
Questiono-me porque? Afinal se Deus queria se relacionar com o Homem e este foi criado para governar sobre tudo, porque não envolve-lo na criação?
O que sinto no meu coração é o reflexo da vida de Cristo, o mistério do Deus que serve aos que ama e os convida para o seu descanso. Este é o Deus que me tem sido revelado, no tempo que passo na sua intimidade. Um Deus que de religião tem pouco, onde o legalismo e a falta de liberdade não fazem parte da sua personalidade. O Deus que se dá, que convida para o descanso. Que maior expressão de amor há que esta?
Imaginem que um amigo constrói uma quinta...
O meu pensamento carnal seria convidar os meus amigos para se envolverem no trabalho de limpeza do lugar, na construção do edifício, da piscina e no final desfrutar do sol, do almoço e do convívio...

Mas como o pensamento de Deus não é humano, Ele convida o homem para com Ele descansar...

"E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito." Génesis 2.2
Acredito que no final desta mensagem o que Deus queria que ficasse gravado no meu coração, com todas estas palavras sublimes, era o sentido de descanso que Ele tem preparado para mim e para todos nós.
Jesus, incompreendido muitas vezes, dizia: "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." Mateus 11.29,30
Como é que alguém diferente de Deus poderia conhecer a essência de Deus se não fosse o próprio.
Como alguém poderia proferir tais palavras, referir o mesmo descanso, que foi oferecido inicialmente se não fosse o próprio... Ou não fossem as palavras inicias de Jeová: "(...) Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança." Génesis 1.26
Que mais posso eu dizer...
Este é o nosso Deus!